O Ser e o Fazer de um discípulo de Cristo
- Projeto Missionário Compaixão
- 12 de jun. de 2015
- 3 min de leitura
Atualizado: 18 de mar.

É bem verdade que o ser e o fazer de um discípulo precisam andar juntos, nos mesmos passos e velocidade. Todavia, é verdade que isso raramente acontece.
O ser é muito mais importante do que o fazer. O fazer se expressa em nosso preparo ao ministério, as nossas noites mal dormidas estudando, preparando um sermão ou um artigo, um trabalho para apresentar no seminário ou até o estudo para as provas do semestre. O fazer também acontece quando servimos aos nossos irmãos na igreja, ao nosso próximo. Em alimentar um mendigo, limpar nossa igreja, dar aula na EBD ou qualquer outro serviço na casa de Deus para com os seus.
Contudo, o ser está muito mais ligado ao nosso relacionamento com Deus, o ser é o "carimbo de qualidade" do nosso fazer. No entanto, nos preparamos por longos anos para o fazer. A "capa externa", anos de seminários, de preparo, de estudo das Escrituras, quando na realidade, o ser deveria ter iniciado sua construção muito antes do fazer. O ser é a vida do nosso ministério, é a mola propulsora, é o impulsionar para um ministério mais vívido, um fazer mais completo. Assim como Paulo na carta aos Coríntios nos relembra que somos como cartas vivas de Cristo aqui na terra:
Sendo manifestos como carta de Cristo, ministrada por nós, e escrita, não com tinta, mas com o Espírito do Deus vivo, não em tábuas de pedra, mas em tábuas de carne do coração - 2 Coríntios 3.3.
Ao ser confrontada por alguns sobre os meus defeitos e temperamento, uma questão me veio à tona. Como tenho formado discípulos? O discípulo é aquele que espelha-se no seu mestre, que aprende com ele, que caminha com ele. Se o meu ser é posterior ao meu fazer isso que dizer que vou "gerar" discípulos com o meu reflexo. O estilo de fazer puramente sem estar preocupado com o ser, equivale ao modo farisaico de viver, isto é, conhecer e ensinar as Escrituras porém, não viver.
Quando o Senhor nos alcança com a graça salvadora, o Eterno nos dá a incumbência de comunicá-la: "de graça recebestes, de graça dai." (Mt 10:8) [1]
"A espiritualidade genuína consiste na prática da verdade bíblica. A Palavra de Deus nos foi dada para que vivêssemos os seus princípios e valores. Temos, porém, dogmatizado a verdade e deixamo-la no campo da análise gramatical e da argumentação filosófica e teológica. Por prática da verdade, ficamos duas vertentes: conduta digna e exemplar, dentro dos valores e dos moldes da ética cristã; atitudes solidárias ou realização de boas ações. Aqui está o Ser o Fazer. Não podemos confundir uma com a outra nem permitir que a solidariedade, palavra-chave do nosso século, se sobreponha a nossa conduta cristã". [2]
O ser está para o fazer, assim como a vida cristã está para o relacionamento com o Eterno Deus, algo que não se pode burlar. Aqui Mateus nos orienta a conseguirmos o ser e o fazer como discípulos de Cristo, respeitando e obedecendo aos dois grande mandamentos:
"Mestre, qual é o grande mandamento na lei? Respondeu-lhe Jesus: Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento. Este é o grande e primeiro mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas." Mt 22.36 - 40.
[1] Bezerra, D.B. Chamados por Deus. P. 52.
[2] Bezerra, D.B. Chamados por Deus. P. 55.
Cristã reformada, membro da Segunda Igreja Presbiteriana de Maranguape II. Bacharel em Teologia — STPN, mestre em Estudos Teológicos — MINTS; Bacharel em Fonoaudiologia — FIR e especialista em Fonoaudiologia em Saúde Pública — UPE. Tradutora da Bíblia e missionária do Projeto Missionário Compaixão e do Eva Reformada.
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