Todo teólogo é tentado a viver um ostracismo intelectual teológico
- Projeto Missionário Compaixão
- 14 de fev. de 2019
- 2 min de leitura
Atualizado: 18 de mar.

Todo teólogo é tentado a viver um ostracismo intelectual teológico. Todos os dias precisamos manter nosso foco nas letras e muitas palavras. Nos deleitamos em uma demanda cada vez maior de leituras e formação acadêmica. O ponto aqui é a tentação de viver quase que monasticamente, debruçando nossos esforços a uma vida intelectual plena. No dia em que não podemos, por algum motivo digno ou não, manter nosso labor e esforço teológico, nos sentimos culpados. É como se tivéssemos perdido o dia. Quantas vezes já falei, inclusive aqui: “um dia sem leitura é um dia perdido”. E não estou dizendo que isso é ruim, muito pelo contrário, nossa responsabilidade como teólogo é suar a carne para compreender a revelação bíblica, e isso é sobremodo, trabalhoso. Um teólogo lendo, escrevendo, significa, um teólogo trabalhando! O ponto que tenho tratado no meu coração é a práxis dessa leitura, desse labor teológico. Tenho aprendido que nem todo dia sem leitura é um dia perdido. Nesses últimos dias por motivos de doença, tive de deixar de lado as leituras, as traduções e os textos que preciso escrever. E o que aconteceu foi um grande ensino... A vivência teológica! Receber amigos em casa, gastar tempo conversando e aconselhando alguém aflito, visitando alguém no hospital, dar atenção aqueles que estão ao nosso redor. Como não conseguimos perceber tantas necessidades teológicas perto de nós? Inclusive, quando gastamos tempo com pessoas, assim como gastamos tempo com livros, percebemos como somos carentes da teologia que precisamos oferecer. Isso, além de tudo, nos humilha, pois percebemos que precisamos saber ler, ler de forma ativa. Ler com os nossos olhos, também, em nós. Isso serve para saber que não somente nossa leitura deve ser produtiva, mas a vida deve ser frutífera. Acredito que nenhum autor, por mais admirado que seja, desejou ao escrever, que a sua leitura fosse esterilizada por leitores passivos. Encher a mente de conhecimento é tão sublime quanto vivê-los no dia a dia. Provoquemos, por hora, examinar nossas motivações intelectuais, saber se o que desejamos com o conhecimento surtirá efeito no outro. E quando mais um livro lançar, daquela editora favorita ou autor favorito, lembremos que as pessoas estão ao nosso redor, desejando ser abençoadas por aquilo que gastamos tempo aprendendo. Cuidemos dos referenciais teóricos e práticos dessa labuta da vida cristã.
Membro da Segunda Igreja Presbiteriana de Maranguape II. Bacharel em Teologia com concentração em Missiologia — STPN, pós graduada em Teologia Exegética — SPN, mestre em Estudos Teológicos — MINTS. Trabalha com Tradução das Escrituras e faz parte do Projeto Missionário Compaixão e Eva Reformada.
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