O trabalho permanente. Por Alaíde Monteiro.
Sabemos que a oração é a expressão de um desejo. Esse sentimento não vem de nós, mas do nosso Criador. Fomos criados para a Sua Glória e por isso a oração deve ser permanente. No livro “A vida intelectual”, Sertillanges compara os estudos com a oração. Dizendo que assim como a oração deve ter a característica de ser permanente e com foco nas coisas eternas, o estudo também deve conter tais princípios.
O homem foi criado para adquirir o conhecimento na mesma proporção que tem a necessidade de se alimentar. Assim como o alimento é nutritivo para o nosso corpo, os estudos o devem ser para a nossa mente. A diferença está no tipo de conhecimento adquirido. Há aqueles que preferem o conhecimento terreno, os chamados homens comuns. Há outros que preferem o conhecimento das coisas eternas. A estes nós chamamos de pensadores. O objetivo do homem pensador deve ser utilizar o máximo do seu cérebro, chamada de segunda natureza, com o intuito de, através dos pensamentos mais profundos, aprender sobre as coisas eternas. O segredo, diz Sertllanges: “é estar sempre atento, à espreita de pensamentos. E, após as horas de alerta, ficar feliz em poder recolher-se para os momentos de solitude, a fim de poder armazenar os mais profundos pensamentos em seus rabiscos.
É de suma importância saber que o trabalho permanente também se encontra ativo nas conversas à mesa com os amigos, nos afazeres domésticos, ou na atividade de educar de um filho, na ida ao trabalho, ou em um banho mais demorado. Para o pensador, o trabalho de pensar e refletir continua, mesmo quando guardamos o livro e vivemos as nossas rotinas diárias. O conteúdo que tem sido estudado assiduamente “cria asas”, levando a grandes reflexões e aprendizados. Toda a rotina vivida contém tesouros, porque tudo está em tudo e algumas leis da vida ou da natureza governam todo o restante. Antes de tudo, deve-se aprender a escutar, seja quem for, pois é necessário entender a vida que nos cerca.
“O desejo do saber define nossa inteligência enquanto potência de vida” — Por Alaíde Monteiro
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